Podcasts: Audições para a primavera de 2014

Os podcasts vieram para transformar a rádio. Democratizaram o meio e permitiram que os produtores independentes tenham uma voz para voltar a fazer programas de autor. Mas se em Portugal o panorama é dominado por podcasts que não passam das gravações das emissões de rádio (tirando algumas honrosas excepções), lá por fora encontram-se verdadeiras pérolas. Pena que por cá o “de autor” seja entendido normalmente como “de baixa qualidade”, mas isso levar-me-ia para outra discussão.

A minha lista de audições para esta Primavera mantém apenas uma entrada relação à lista que me acompanhou em 2013. Outra vantagem dos podcasts é que não temos que ouvir o mesmo RAP a encher chouriços o ano todo. Curiosamente não tem nenhum podcast (em) português e é dominada por podcasts da radiotopia! Cá vão eles: 99% Invisible, The Truth, Strangers e Theory of Everything. Para além destes quatro ainda ouço um produzido pela BBC 4, o In Our Time com o Melvyn Bragg. Não será para todos os gostos e nem sempre a qualidade é top (e muito menos se compararmos com alguns dos independentes que em nada lhe ficam atrás), mas tem o peso da BBC, o que permite a regularidade semanal com convidados de peso.

A lista é curta, não inclui nenhum podcast de tecnologia ou de ciência ou… geek, mas se calhar são gostos que vão mudando consoante a idade ou o momento. Se tiverem alguma sugestão de podcasts que realmente sejam uma lufada de ar fresco por favor indiquem. Publiquem a lista de podcasts que ouvem. Quem sabe se não há espaço na minha lista para mais um?

Ajudar o nosso cérebro através de visualização

Modelo Matemático do Cérebro Humano

A BBC apresenta uma história em como cientistas de Essex estão a estudar o cérebro humano na execução de tarefas comparando a utilização de ferramentas baseadas em Texto e em formatos visuais. Descobriram que quando utilizando ferramentas visuais (mind maps) o cérebro é mais produtivo utilizando menos 20% de recursos cognitivos.

Isto é um resultado expectável. A evolução natural do cérebro durante milhões de anos foi feita para potenciar aspectos visuais. Afinal a invenção da escrita tem pouco mais do 5000 anos e portanto toda a evolução natural do cérebro foi condicionada para aspectos visuais, quer na detecção de perigos, quer na identificação de plantas comestíveis, etc, etc… É também por isso que em questões de memória, a componente visual é muito forte. Lembramo-nos mais facilmente de um local onde estivemos, do que de uma passagem escrita num livro. Aliás, muitas técnicas de memorização utilizam imagens visuais como loci onde guardar o que pretendemos.

A questão que me assola na questão da visualização é perceber como podemos realmente desenvolver aplicações informáticas onde a componente visual seja preponderante para a compreensão dos problemas e não seja apenas mais de kitsch visual. As aplicações do tipo Mind Maps parecem ser ajudar, mas não são aplicáveis a todos os problemas que encontramos. Que outras soluções poderemos encontrar para sistemas baseados em texto como as notícias dos jornais ou os emails que nos assolam a inbox?

iPlayer da BBC revisto

Os tipos do TheRegister fizeram um review ao processo monstruoso em que se transformou a construção do iPlayer da BBC.

Não posso estar mais de acordo com o autor, quando refere que a BBC para resolver um problema de arquivo de documentação televisiva errou ao pensar que o resolveria com uma solução para a distribuição dos conteúdos. Nos tempos modernos o modelo de distribuição não é mais decidido pelos donos dos conteúdos, como a BBC ou as editoras de música, mas sim pelo público e pelas startups que aproveitam cada nova tecnologia para levar a esse público os conteúdos. Tentar adivinhar o que o público quer e tentar criar um modelo final de consumo só poderia dar em asneira.