AppStore: As aplicações proíbidas do iPhone

netshare-iphone.jpg A Apple parece ter decidido que tem que “proteger” os utilizadores do iPhone e tem andado numa dança de colocar / retirar aplicações da AppStore. O pior é que tem-no feito sem dar explicações sobre o assunto o que está a deixar os utilizadores revoltados e os programadores frustrados.

A mais polémica das decisões passa por uma aplicação que permite utilizar o iPhone como um modem para um computador pessoal. Na verdade não funciona bem como um modem: a aplicação “Netshare” da Nullriver, basicamente instala um servidor proxy (SOCKS5) no iPhone e cria uma ligação WiFi com o seu computador pessoal. Depois de estabelecida essa ligação você tem que dizer ao seu Firefox ou Safari que quer utilizar como proxy o servidor instalado no iPhone. Este acede por 3G à internet e devolve-lhe por WiFi as páginas visitadas. O serviço funciona basicamente para browsing, uma vez que outros serviços que precisam de certificados não são suportados.

Não se consegue imaginar qual o problema? Ou consegue? O que se passa é que a Apple desenhou o iPhone sob parceria com a americana AT&T que não quer ver o iPhone transformado num modem, aliás prática geral de todos os operadores mundiais. Para os operadores acesso à internet por parte dos utilizadores num telefone é crime. Principalmente porque eles tem normalmente outros produtos para fazer o mesmo pelos quais por vezes até cobram menos. Mas isso é outro problema…

[ad#ad-1]O Netshare é portanto um problema para a Apple e para os operadores, porque dá aos utilizadores algo que as empresas não conceberam no design do produto. A Apple na sua sapiência decidiu que os utilizadores “não querem” (embora muitos ainda não saibam que não querem) o Netshare no iPhone e portanto vai de o retirar da loja. Mas depois voltou a coloca-lo online novamente e depois retirou-o e … a própria apple não sabia muito bem o que fazer.

Podia-se pensar que este seria um caso isolado, que por algum motivo a aplicação estaria mal programada, etc, etc… mas não. Efectivamente a lista de aplicações removidas da AppStore vai crescendo a cada dia. Algumas por razões válidas, outras sem nenhuma explicação. Com este tipo de atitudes o JailBreak é cada vez mais apetitoso.

Aliás muito se falou se com a abertura da AppStore continuaria a existir a necessidade do Jailbreak. A verdade é que logo quando foram divulgados os moldes em que os programadores podiam participar na AppStore (Com NDAs que proíbem inclusive que se fale com outros programadores ou discuta questões técnicas das próprias aplicações), se verificou que os iPhones Jailbrokens estavam aí para continuar. A verdade é que poucas horas depois de lançado oficialmente pela Apple, já se anunciava que o iPhone 2.0 tinha sido “libertado”. E é efectivamente isso que se passa. Apesar de ser um produto muito apetitoso o potencial do aparelho não está nem de perto nem de longe aproveitado para proveito dos utilizadores. Ainda para mais com este tipo de atitudes, há sem dúvida um futuro risonho para os programadores que não estiverem dispostos a aturar os caprichos de Steve Jobs. Ainda para mais quando ultimamente sua santidade parece estar com uma azia como não se via há muito tempo.