Lucy, not really a must go and see film

Lucy

Take a good idea, a potentially great idea, and put it in the hands of a director (Luc Besson) that is known for stories of triads, professional assassins and revenges and you get Lucy. But the problem is that the brain expansion and the Taipei triad scenario don’t match.

This movie was going to be all about execution, and it doesn’t deliver. It is not even entertainment. The director uses the same tricks every time (Corridors for example: in one case Lucy makes every french cop fall to the ground with the flick of a finger, in another every mob member flies into the ceiling, and while the former was kind of fun, the latter is just dull, dull, dull, and repetitive).

The movie doesn’t really build to a climax, there is no surprise or twist of events, it isn’t about an hero trying something, it isn’t about a conspiracy, it isn’t even about trying to survive the Taipei triad while trying to understand the universe by your expanding brain. It is just a BAD summer movie, backed by two well-known actors and lot’s of publicity.

Ah, the actors! Scarlett Johansson plays the role but somehow the scenes where she walks into or out of rooms, corridors, etc. didn’t convince me. She doesn’t have the walk. She’s competent, but not much else is there. She is not very expressive in the action parts of the role and is better in the close up dialogs and interactions mainly due to her magnetic look. Morgan Freeman playing the role of a scientist teaching in the Sorbonne is now doing these roles of the “expert” that gives instant credibility to any story (was the same thing with Transcendence). In the end they are the duck calls for people to go and see the film. They do their job, but no one will remember them for this movie.

One final thing. What was that in the end of the film, were after building the most powerful next generation super computer that looked like a live termite ant tower, the computer expends a protuberance to give “All knowledge a 100% brain has” to Morgan Freeman in a USB stick? WHAT? And a big clunky one too! And Morgan Freeman stands there, astonished, holding the USB stick in the air and probably thinking “Is this what I’m doomed to do for the rest of my acting career?

Notas sobre futebol – o debacle Português no Brasil

Como todos os que viram o jogo da selecção Portuguesa contra a Alemanha, também tenho uma opinião que mais do que analítica é intuitiva. Certamente alguns concordarão com alguns dos meus pontos, alguns certamente discordarão. Ainda bem! AINDA (mesmo que alguns não gostem) é possível discordar neste país.

  • Mais uma vez vi o Nani a estragar jogadas feitas para outros colegas. Não é a primeira vez que isto acontece na selecção onde até estragar golos feitos o Nani consegue. Não se vê tal coisa noutras seleções, nem naquelas muitos lugares abaixo de Portugal no Ranking, nem naquelas onde tradicionalmente o rigor tático não é a principal arma.
  • Culpar o Ronaldo por um jogo não conseguido em que foi todo ele passado longe da sua área de influência é ser obtuso. Sim, o CR esteve abaixo do normal, mas a Alemanha jogou basicamente na nossa ala direita e em cima do nosso meio campo e defesa, deixando o CR fora do jogo. Quando isso acontece e a selecção não consegue ter a bola o tempo suficiente para alimentar a ala esquerda o Ronaldo não aparece. Mas para alguns o CR até tinha que aparar as fífias do Patrício.
  • A atitude tática desta selecção é de espantar. Aquilo que temos visto neste mundial são equipas a entrar me 5-3-2, para garantir estabilidade no primeiro jogo. A Argentina entrou num 5-3-3 para ter solidez defensiva primeiro e mudou para a sua formação tradicional na 2a parte para impor o seu futebol. Nós entramos com uma atitude de quem não precisa ter cautelas, que ganhar à Alemanha eram favas contadas e saiu-nos a fava.
  • O descontrolo emocional mostra que a preparação psicológica não foi feita para lidar com a adversidade. A culpa deste comportamento é da equipa técnica. Quando o Ricardo Quaresma ficou de fora do mundial com o argumento que era um indisciplinado batiam-se palmas no burgo.
  • Lesões. Todas as selecções estão sujeitas a azares, mas dois rasgões musculares, uma selecção que parecia exausta fisicamente, e sabendo que fomos a última selecção a aterrar no Brasil (e portanto deixando os nossos jogadores com menos tempo de adaptação) levam-me a pensar no planeamento que foi feito, e nas responsabilidades que vão morrer orfãs neste capítulo.
  • Mais uma vez se prova que desde o tempo do Rui Costa primeiro, e do Deco que o substitui, que a selecção não tem o patrão do meio campo que imponha o ritmo e o controlo necessário. Moutinho, Meireles ou Veloso, nenhum deles faz esse papel com a classe necessária. Servem contra equipas medíocres, mas contra grandes equipas como a Alemanha, anulam-nos o meio campo e deixam o CR7 perdido num canto do campo sem ninguém para fazer a ligação.
  • Olhando para a cobertura que as televisões portuguesas estão a fazer da selecção, com acesso aos bastidores, ao que comem, ao que cag…, parece-me que são em parte responsáveis por um clima de euforia Sebastiónica que não ajuda em nada a selecção. Que as TVs façam este tipo de cobertura propagandista não surpreende. O que surpreende é que os responsáveis da federação abram portas do grupo de trabalho e participem deste convívio festivo.
  • O modelo de jogo. Alguém me sabe dizer qual é o modelo de jogo Português? Aquilo que vi foi uma selecção sem automatismos, sempre a ter que parar a bola para tentar perceber o que os colegas iam fazer a seguir. Sempre com passes que criam dificuldades para a recepção dos colegas, sem fluidez ou propósito. Há muitas formas de jogar futebol, do tiki-taka do Barcelona, ao jogo cínico italiano, o bloco físico do Atlético de Madrid, ou do jogo directo e de correria Inglesa. Aquilo que nós não temos é uma forma de jogar. Aliás, ao longo da classificação percebia-se isso, que os resultados iam aparecendo (quando apareciam) mais fruto de uma persistência estóica do que propriamente de um plano de jogo em equipa.
  • A selecção precisa de um reformulação séria, mas não ao nível de jogadores, porque tirando um caso ou outro, estes são os melhores que temos. O que a selecção precisa de mudar é ao nível técnico, de ter alguém capaz de impor ideias inteligentes e modernas em termos daquilo que a selecção deve ser. Tem que ter uma filosofia de jogo que permita alimentar as nossas melhores armas de forma consistente e suster sistematicamente os ataques adversários. Se é num 4-4-2, 4-3-3 ou 6-4-0, se é tiki-taka, chuta p’rá frente, ou ‘corre Ronaldo’ isso não interessa. O que interessa é que o modelo adoptado tem que ser respeitado e implementado. O que se viu neste jogo foi uma selecção que não sabia muito bem o que implementar em campo. Várias vezes se viu a selecção chegar perto da área Alemã e não saber se iria jogar pelas laterais para um cruzamento, se ia procurar o Ronaldo, ou se rematava de fora… pareciam perdidos sem um plano. E isso é o pior que se pode fazer: Uma selecção sem um plano é presa fácil até para equipas mais fracas.
  • A selecção está atordoada e vai ter ainda dois jogos muito difíceis, nomeadamente contra os EUA, que não sendo virtuosos do futebol, tem exactamente um plano, no qual acreditam e que vão tentar impor. Nas suas dificuldades sabem que a disciplina e o jogo de equipa são o seu forte. A nossa maior dificuldade vai ser exactamente construir um modelo de jogo em que todos acreditem e tentem implementar. Custa ver que esta seleção não tenha um ideia de como jogar em equipa, parecendo muitas vezes um circo onde o objectivo é ir passando a bola para a as agilidades do próximo artista até um eventual golo final.

Chess and Territory: My FEN Viewer

One important notion in chess (and in other board games as Go) is the notion of territory. Which squares on the board do you control? How many of your pieces are attacking a certain square, and how many of your opponent are trying to control it too? This is an important concept to have in mind and I never saw this idea implemented in chess software.

Many chess software uses highlighted squares to provide some kind of information like the last move played, possible destination squares for a piece, etc… Also in some cases some chess software provides sound cues to what’s happening, e.g. the clocking running down or announcing checks. Digital chess software is changing the way the game is played, but I haven’t seen any chess software implementing the territory information idea.

fen-viewer Chess Influence Viewer

So, I decided to hack a bit of code and do it myself. Create a territory viewer for chess. It just adds how many pieces are attacking a certain square. Positive for white, negative for black. You can fork the code from github.

The idea is that each square displays the difference between the number of white and black pieces attacking that square. It doesn’t take into account the value of the pieces attacking (that could also be done). But it the most interesting thing is that it provides a visual, on the board, display of territory and influence, something that could be useful in many situations.

Right now this code just parses FEN strings to display the territory controlled by each player. Maybe latter this can evolve into something more elaborate, either as a pgn viewer or chess app that you can use to play against others. Probably the best solution would be to someone to write plugins to already existing good chess database software like chessx or raptor.


update: Comment from Vitorino Ramos

David, the idea is excellent, and really I never saw it implemented anywhere. Maybe you could try the following, in order to have an idea of the relational forces on each square, as you mention, value pieces are important here. Let’s have in mind the e4 square. Two black pieces are controlling it (N=3+B=3 =>6) and just one white piece is defending (p=1 =>1). Now, besides the fact that your colour code shows black is controlling that square, who really wins (at least in material form, not the rest, could be a good sacrifice) if black decides to play either Ne4 or Be4? E.g. Knight (N) plays e4, pawn takes, and Bishop takes e4. That is a -2 loss for black or +2 for white. So maybe you should colour that square +2! Now, let’s see what happens in d4 (black to play): Q takes d4, Q takes d4, Knight takes d4. According to the new code rule, that is now a -1 (in this case, as it was).Remember, that you should start exchanging from minor pieces to more valued ones, whenever possible. For instance in e6 we assume black will take the white pawn with f7 not with the Bishop in f5.Also according to this, c2 and d3 are +3 squares, that is where black should by “any means” avoid. Unless, again as I said earlier, it would be a good sacrifice. This is chess, not checkers :) But that, will be hard to code!

Thank you for these suggestions Vitorino. In reality I’ve just hacked a Java App for with a simple attacking pieces count, but with a bit more work this could be even more powerful. I think this could be a very good teaching tool to show the importance of square control to kids just starting to learn chess.

update Jan 28: There’s a ongoing discussion about this chess software and chess visualisation going on on Reddit

Rui Dâmaso – Jogos de génio com o gambito Português…

Rui Dâmaso é um mestre internacional português cujo jogo está sempre cheio de fogo. Ultimamente tenho-me deliciado com alguns dos seus jogos, principalmente com o gambito português da defesa escandinava. Descobri este jogo num vídeo do GM australiano David Smerdon (vejam as explicação dos primeiros 15 minutos) que me levou a procurar mais jogos do IM português e tenho descoberto grandes pérolas.

Vejam lá este jogo:

Simplesmente completamente doido! Ataque, ataque, ataque… imaginem-se a jogar de brancas e ter que estar na defensiva desde o primeiro lance e levar um cheque mate em 13… Fantástico.

Os Oscares 2014: Quase que fiz bingo

As minhas apostas para a noite dos Oscares foram quase cumpridas na totalidade!

Os quatro actores que eu escolhi venceram: O Dallas Buyers Club levou as duas estatuetas masculinas por duas representações memoráveis de Matthew McConaughey e de Jared Leto. A belíssima Cate Blanchett levou a mais que merecida estatueta na actiz em papel principal num filme único. E tal como esperava, Lupita Nyong’o arrasou no papel de actriz secundária. 4 em 4.

Talvez a desilusão tenha sido o Wolf que poderia ter ganho mais e não ganhou e o Gravidade que ganhou muito mas nada nas categorias importantes (tirando o melhor realizador) ficando-se pelas mais pelas técnicas (naturalmente). Ainda assim o 12 Years a Slave é um justo vencedor de melhor filme por tocar numa ferida muito americana que ainda não está completamente resolvida.

Ainda uma nota final e pessoal: tenho pena que o filme para melhor animação tenha ido para Frozen e não para o filme de despedida de carreira do maravilhoso Hayao Miyazaki The Wind Rises. Paciência.

Os filmes dos Oscares 2014: Notas para a cerimónia.

American Hustle

(★★★) Uma “estória de Con Artists a lembrar em alguns momentos o Oceans 11 ( o primeiro ), o talentoso Mr. Ripley, Catch me if you can, ou outros filmes do género. E nestes filmes nunca se percebe se o que se vê é verdade ou “Con”. A fotografia está espetacular, filmado como se em filme (16mm?) e o guarda-roupa do final dos anos 70 também. Banda sonora muito boa. Não me parece que nenhum dos actores momeados possa ganhar nas categorias individuais (e os quatro estão nomeados), embora a ganhar preferiria o Chritian Bale mas vai ter forte concorrência do Di Caprio, Matthew McConaughey e Chiwetel Ejiofor.

Captain Phillips

(★★) Um filme sem drama, sem verdadeiramente levar o espectador através de uma história com momentos especiais, ficando-se pelo esforço de ver o Tom Hanks a representar sozinho uma espécie de naufrago. Penso que não vai levar muitas estatuetas, a não ser no actor secundário e mesmo ai Jared Leto do Dallas Buyers Club ou o próprio Michael Fassbender são os meus favoritos.

Dallas Buyers Club

(★★★★) Muito bom. Mais um filme a seguir a tendência deste ano de ser centrado numa personagem e no seu drama. Provavelmente as audiências estão a ficar mais burras. Colocaria este filme talvez acima do Wolf e em termos de melhor actor principal… tenho muitas dúvidas se o Matthew McConaughey não deveria ganhar aqui para actor principal.

Gravity

(★) Como é que este filme pode ter sido seleccionado para a categoria de melhor filme é algo que me intriga. E mesmo o papel da Sandra Bullock, melhor actriz? Quando? É uma espécie de Captain Phillips no feminino. O filme é mau, mesmo para um amante de sci-fi e efeitos especiais. Os erros científicos são notórios e a tal famosa representação da Sandra Bullock é simplesmente pateta se compararmos com por exemplo o papelão da Cate Blanchett no Blue Jasmine.

Her

(★★★★) Mais um filme centrado em torno de um personagem, com planos fechados na sua cara. Para mim é de todos o filme mais interessante dos que vi até agora. Principalmente porque coloca questões muito interessantes no reino da inteligência artificial. Será que a Samantha poderia ser candidata ao Oscar?

12 Years a Slave

(★★★★) O filme pode arrecadar algumas estatuetas, por meter o dedo numa ferida americana, mas também por estar muito bem filmado, cru e directo sem ser de uma violência gratuita, mas antes profundo. 2014 parece o ano dos planos frontais apertados nas caras dos actores principais e entre o Cpt. Phillips e o Gravity neste 12 Years é onde o efeito resulta melhor. Grandes representações. O Oscar para actriz secundário pode estar entregue aqui à Lupita Nyong’o. Para mim é a categoria que oferece menos dúvidas.

The Wolf of Wall Street

(★★★★) Um dos melhores filmes do ano. Sem dúvida que as 3 horas passam rapidamente e isso é um bom sinal. Surpreendente representação do Leonardo Di Caprio que é efectivamente o motor do filme. Oscares? Talvez o Scorsese leve a realização para casa… mas a concorrência é feroz.

Blue Jasmine

(★★★) Woody Allen continua a dar-nos pérolas de interacção entre humanos e ao contrário de muitos nomeados que são realizados em torno de uma personagem, aqui temos um filme que é pensado em torno das relações de uma personagem. Enquanto a panóplia de filmes candidatos a melhor filme é um acumular de primeiros planos e trabalho individual, este Blue Jasmine faz das relações entre personagens o seu forte para que a Cate Blanchett brilhe como nunca antes. Uma séria candidata ao Oscar.

(Como é notório não vi todos os filmes que são candidatos, pelo que esta é uma visão parcial. Leia com a parcimónia necessária e já agora a caixa de comentários aqui em baixo está aberta!)