Dave’s Express

For my PhD thesis and for ASSYST I usually collect snippets of information around the web about things that interest me. I primarily use a swipe folder in DevonThink Pro where all these snippets are stored and where I can access them easily. But from times to time I need to have them aggregated in a summary page for easy reference. It usually goes through some processing program but the task is tedious. I was thinking about how could this be done quickly. I was tinkering about this and thought that many of these collections might be of interest for others and decided to do a little experiment.

I’ve collected some snippets of things related to complex systems mainly, but also about other things. Think of it as delicious to print. There are some online services that allow you to do similar things like Readability’s Read Later button, but in the end  the result is not as good looking as a nicely typeset LaTeX document (LaTeX as a typesetting software is excellent!). This document has a newsletter format easy to read and I decide to call it Dave’s Express. It’s just a collection of notes, not just titles and links to webpages (although it has links). I find that these summary snippets help me find the right document when latter I try to find something. As they might also be interesting for others I decided to put them online.

So here it is! On a totally irregular base, the first (or number zero) of the Dave’s Express #0 for your free download.

Sobre os desacatos em Londres

Tottenham Riots

São completamente surpreendentes os desacatos em Londres por estes dias? No tempo em que tudo é imediato, onde o processo para fazer algo não interessa e apenas importa o agora e o , alguém se surpreende que uma juventude desempregada e sem dinheiro estivesse à espera de uma faísca para explodir a deitar mão daquilo que quer e lhe apetece? Os subúrbios urbanos são barris de pólvora prontos a rebentar, em Londres, Paris ou Marselha. A comunicação dos media retrata sociedades de plástico, perfeitas e normalizadas, mas as realidades são múltiplas e com reais dificuldades em muitos locais.

O problema é estrutural e transversal à sociedade, a forma como a sociedade moderna é estratificada leva a produção de mega-urbes onde as dificuldades de vida e as assimetrias se acentuam. A taxa de desemprego entre os jovens é elevada (há quem se refira esta geração como a geração perdida) quer em Inglaterra, França, Espanha ou Portugal…

Claro que nada disto serve de justificação para o que se está a passar. O governo Britânico anuncia que vai perseguir e julgar os instigadores de desacatos e de violência, e bem. A sociedade só existe enquanto houver ordem e regras. Mas por outro lado é preciso que o governo Britânico (e outros) não se fique pela repressão dos acontecimentos e tentem incorporar ensinamentos destes eventos, nomeadamente nas questões sociais que levaram a que isto tenha acontecido. Não se pode perceber a sociedade cortando uma fatia da população. No alto dos palanques da oratória política é também necessário ouvir.

Esperar ou não esperar

Há uns anos, quando o Leopard saiu, fiquei contente por esperar pelo 10.5.1, acima de tudo porque a versão inicial do Leopard tinha alguns problemas e os upgrades não pareciam pacíficos. Agora no entanto com o aproximar do Lion a minha vontade de esperar não é muito grande, pelo contrário, a minha vontade é mesmo de continuar em frente e ignorar completamente o Lion, ou qualquer outro OS X. O grande defeito que encontro no momento é mesmo a filosofia que o OS X está a adoptar de tudo funcionar como um serviço na “Cloud”. A “Cloud” é uma miragem ou então os chromebooks seriam um sucesso. Para além do mais eu não quero as minhas coisas nas cloud. Quero tudo muito bem guardado localmente e quero ter o trabalho de sincronizar os meus dados utilizando um disco externo, utilizando uma pen, cartões perfurados ou pombos correios. Não quero que mal ligue um computador este se proponha a enviar tudo o que encontra para um servidor algures no meio do nada americano e me diga posteriormente que há uma opção de “opt-out”. No tempo em que dizer mal da microsoft era moda, este tipo de atitude seria condenado com a mais destruidora das críticas. Agora… na igreja de Jobs os críticos parece que engoliram um sapo e estão todos caladinhos.

A minha opção é então qual? Quando chegar o momento, em vez de esperar, vou mudar de rumo. Começa pela letra U.

Easy splines in R, and chess ratings

When plotting data sometimes is necessary to fit data points to some high order polynomial but that usually brings a problem called the Runge’s phenomenon where the fit presents high oscillations in the edges of the interval. To solve this one usually uses splines that are much smoother and can convey greater information to the reader.

Using splines in R is very simple.

In this illustrative example I just used the live ratings of the 41 +2700 players in the world. First plotted Rating vs. Year of Birth. Then, to add the spline one just need to use the smooth.spline function in R stats package.

Chess Rating vs.Year of Birth

The code for the generation of this is:

> chess<-read.table('chessratings.txt', header=T)
> plot(chess$Born, chess$Rating, xlab='Year of Birth', 
+ ylab='Elo Rating', main='ELO>2700: Does Chess Rating depend on age?')
> lines(smooth.spline(chess$Born, chess$Rating, spar=0.5))

the interesting parameter spar is the smoothing parameter that allows you to control the shape of the curve. Experiment with it until you get ‘nice’ results.

Ainda sobre as taxas aduaneiras…

A Suíça não faz parte (para algumas coisas) da união europeia e como tal qualquer coisa comprada na Suíça está sujeita a parar na alfândega. No entanto faz parte do espaço Schengen, o que faz com que a circulação seja muito mais facilitada. Assim se eu comprar a porcaria de um relógio em Zurique e o trouxer no pulso não me vão perguntar naturalmente por valores de direitos aduaneiros. No entanto se encomendar o relógio online já me lixo e terei que pagar os ditos direitos aduaneiros.

Uma das funções dos direitos aduaneiros é proteger indústrias nacionais de concorrências estrangeiras, pergunto-me quais indústrias relojoeiras portuguesas? A Reguladora certamente não é, até porque foi há muito vendida para ser a fábrica da Leica em Famalicão.

E não se percebe porque para umas coisas (aquelas que lhes interessam) a Suíça é Europeia, enquanto para outras já não.

Portugal 120 anos depois da bancarrota de 1892

Não é a primeira vez que Portugal se vê nestas alhadas de ter que declarar bancarrota e socorrer-se da ajuda externa. Em 1892 o país teve que estender a mão e declarar uma bancarrota parcial numa crise que se arrastou por mais de 10 anos.

A implementação da República no Brasil em 1889 e a crise do Banco Barings inglês colocou as finanças portuguesas num ponto quase caótico. Portugal começou a recorrer ao empréstimo estrangeiro para assegurar o pagamento do coupon da dívida (e com isso endividando-se mais) mas sem sucesso. Então optou-se por um estratagema de vender a exploração de tabaco por 15 anos perante uma determinada “renda”. A verba anual de 4250 contos foi uma pequena esmola em 1891 e após vários ministros da fazenda que se foram demitindo por impossibilidade de tirar o país do buraco, o ministro da fazenda Oliveira Martins apresentou um orçamento ao parlamento a 13 de Fevereiro de 1892. Neste orçamento propunha um aumento da tributação dos títulos de dívida pública para 30%, dos impostos sobre os ordenados dos funcionários públicos e das corporações administrativas para 12,5%, 15% às contribuições predial, industrial e sumptuária, e 12,6% sobre os rendimentos de rendas de casas. No entanto a comissão da Fazenda limitou estes aumentos de impostos e o ministro demitiu-se em Maio.

A 13 de Junho de 1892 o estado anunciou oficialmente a impossibilidade de pagar os juros da dívida pública e a bancarrota foi declarada e a crise política instalou-se até pelo menos o convénio de 1902 e eventualmente até à implantação da república (18 anos).

No meio desta crise um dos projectos adiados de Portugal foi o do metro de Lisboa. As capitais do mundo estava neste momento a construir os seus metropolitanos. Londres em 1863 foi a primeira, Nova Iorque seguiu-se em 1868, Budapeste e Glasgow em 1897 e Paris em 1898. Em Lisboa a ideia de um metro foi discutida em 1885 por proposta dos engenheiros Costa Lima e Benjamim Cabral. Em 1888 o engenheiro militar Henrique da Lima e Cunha apresentou um projecto à associação de engenharia portuguesa intitulado “Esboço de traçado de um Caminho de Ferro Metropolitano em Lisboa”. Nada disto pode ir avante e foi preciso esperar por 1949 (quase 60 anos) para que o projecto renascesse e foram precisos mais 10 para que no final de 1959 finalmente o metro abrisse as portas com 6,5Km e 11 estações.

A história ensina muito a quem estiver disposto a olhar para ela com cuidado. É fácil ver nesta descrição semelhanças gritantes com algumas coisas que ocorreram nos últimos tempos em Portugal. Desde os projectos megalómanos em que insistimos, aos aumentos de impostos, às demissões e oposições, é possível ver que os tempos que se aproximam não serão fáceis. Infelizmente penso que a crise será longa à semelhança da que aconteceu há 120 anos, o que não quer dizer que tenhamos que ser miserabilistas ou pessimistas sobre o nosso futuro. Os tempos futuros serão de crise, de sacrifícios por vezes até extremos. A história pode dar-nos pistas e também mostrar os erros que fizemos para não os repetir. Infelizmente acho que alguns políticos dormiam nas aulas de história.

Não há ideias originais – ganhar dinheiro com o twitter

O público publicou hoje uma história sobre Timm Sprenger sobre a forma como, utilizando o Twitter, é possível obter informação sobre os mercados financeiros de forma a ganhar ainda mais dinheiro.

Isto faz-me pensar efectivamente que as ideias não nascem em lado nenhum. A sociedade é de tal forma global que as ideias emergem mais ou menos ao mesmo tempo em diversos pontos do planeta. Aqueles que acabam reconhecidos são apenas aqueles que venceram a corrida para colocar primeiro as ideias no mercado primeiro.

Por outro lado podia-se dizer o mesmo do público, já que a notícia foi também na BBC e o público apenas a amplificou/repetiu para Portugal…