Alguém sabe o que o Yahoo quer?

Com mais uma recusa por parte do Yahoo! em vender o negócio da pesquisa online à agora dupla “MicIcahnsoft” em que ficamos? Para além disso a proposta, que desta vez não foi tornada pública, era válida ou serviria apenas para que o Carl Icahn ganhasse apoio para a assembleia geral de accionistas que se avizinha?

Em todo o caso é para uma pessoa perguntar: “Que raio é que o Yahoo! quer?”. É que a resposta a esta pergunta ajudaria a definir muita coisa. Ou o Yahoo! está apenas à procura de um preço que julga certo ou então se não quer vender nada que o diga também. Mas a falta de rumo começa a ser evidente.

Petróleo: Terra a caminho da recessão?

O barril de crude atingiu os $140. Em Setembro de 2002 (há 6 anos) estava abaixo dos $25. E em Setembro de 2007 (há menos de um ano) estava nos $80, em 9 meses subiu $60 (75%)

Mas alguém consegue ter a ilusão que a economia mundial não vai entrar em recessão muito proximamente? Ainda para mais quando alguns produtores já ultrapassaram o chamado Pico do petróleo.

Ou rapidamente se começa a investir em alternativas ou mesmo antes de ser por causa do efeito de estufa, ou do salvar o planeta, vamos ter um grave problema de colapso da nossa economia, a nível mundial.

Comentário do Paulo Alves: “O interessante é que só agora os nossos governantes acham que é tempo de renováveis, talvez nuclear. Isto tem ainda mais piada se pensarmos que o nosso Presidente da República acha que o preço do crude é unicamente produto de especulação.

Icahn mais calmo?

A novela Yahoo+Microsoft+Google tem sido uma fonte de notícias nos últimos meses. A verdade é que os desenvolvimentos destes negócios vão ter um impacto muito grande no futuro próximo do mercado publicitário online, que se prevê que vá continuar a crescer

Mas a parte mais interessante é que o Carl Icahn que até há muito pouco tempo parecia desesperado por vender o Yahoo! à Microsoft, depois de ter despejado alguns milhões de acções em bolsa já vem dizer à Reuters:

“While the Google deal is not the same as an offer of $34.375 per share for Yahoo, I am continuing to study it, and it might have some merit,” (…) “I continue to be extremely disappointed with the Yahoo management, but the Google deal might have some merit and seems to be better then the alternative deal proposed by Microsoft.”

Está o Carl Icahn mais “macio”? Ou finalmente está convencido que já não é possível fazer nenhum negócio com a Microsoft e agora está na altura de salvar a face (e a carteira) e tentar evitar perder (muito) dinheiro nas cerca de 46 Milhões de acções que detêm no Yahoo?

Ver também: Apaguem este Fogo Sobre a guerra Microsoft Yahoo Icahn says Yahoo-Google ad deal has merit

Yahoo+Google!=Microsoft

O que fez cair as acções do Y! a pique? A confirmação de que as negociações entre Y! e MSFT acabaram? O dump do Michael Icahn na bolsa? O facto do negócio Google+Yahoo ser um erro?

Ontem foi um dia importante para o panorama do mercado publicitário online. O possível acordo Yahoo-Microsoft ficou finalmente destruído com o anúncio de que o Yahoo tinha chegado a acordo com o Google para o mercado da publicidade resultante das pesquisas.

Isto colocou o Yahoo em modo “Sell” embora tal possa representar um acréscimo de receitas na ordem de 1 bilião de dólares por ano. Estranho? Talvez não, se pensarmos que quem saiu prejudicado com este negócio foi o Carl Ichan que queria substituir a direcção actual do Yahoo! e que de repente com o fim das negociações com a Microsoft se limitou a despejar as acções em Bolsa.

Por outro lado o que quer isto dizer que na altura as únicas pessoas que queriam o negócio entre Y! e MSFT seriam mesmo o Carl Ichan e o Steve Balmer, sendo que os accionistas não pensariam o mesmo. A cotação do Yahoo após o anúncio caiu a pique (10%) enquanto a da Microsoft cresceu, mostrando que um grosso dos accionistas da última não acreditava no negócio e que do lado Yahoo o Michael Icahn terá desistido e vendeu a sua posição.

Em termos de consequências para o futuro isto não será muito interessante. O Google basicamente está a blindar o seu negócio, fazendo com que o mercado da Microsoft na publicidade passe de pequeno a quase insignificante, e transformando o Google no novo alvo do mal. Não que a microsoft seja melhor, mas efectivamente cada vez começam a ser menos as diferenças entre Google e Microsoft.

Quanto ao Yahoo!? Embora não seja uma empresa pequena neste momento não passa de uma bola de ping pong que vai andar ao sabor dos mercados. Basta ver que em termos de capitalização bolsista temos MSFT com 263B, Google com 174B e Yahoo com 32B, o que simplesmente coloca a empresa de Jerry Yang como fantoche das jogatanas dos outros dois gigantes.

O negócio do Yahoo com a Microsoft não era bom, principalmente para os próprios. O negócio Google – Yahoo não é bom para todos…

Ver também: Apaguem este Fogo Sobre a guerra Microsoft Yahoo

Apaguem este fogo…

Foto de Hugo*

No meio da confusão que se está a tornar a guerra entre a Microsoft e Yahoo, agora começou mais um problema para Jerry Yang (CEO do Yahoo). Segundo a Reuters dois fundos de pensões de Detroit, mais precisamente os fundos da polícia e dos bombeiros, decidiram processar a direcção do Yahoo, por não aceitarem a oferta “fabulosa” da Microsoft.

Os fundos pretendem que as acções em tribunal impeçam a direcção do Yahoo de tomar medidas defensivas e também o possível negócio com a AOL ou com a News Corp. do Rupert Murdoch obrigando a direcção a reconsiderar a oferta da Microsoft.

Entretanto as acções em tribunal cresceram durante as últimas semanas depois da rejeição da OPA por parte da direcção do Yahoo, mostrando que os accionistas estão descontentes e culpam a pouca simpatia do Jerry Yang pela Microsoft pela rejeição.

Esta é a beleza da economia mundial que hoje em dia é dominada pelos fundos (sejam de pensões ou outros) cujo objectivo é exclusivamente o de conseguir 15% ao ano. Acontece que o a oferta da Microsoft é 61% superior ao valor da cotação em bolsa o que para qualquer fundo que tenha acções é motivo mais que suficiente para vender. Como qualquer fundo, o objectivo não é ser accionista, mas antes fazer os tais 15% de returns ao ano…

Nos próximos tempos penso que vamos assistir a mais situações destas de forma a pressionar a direcção do Yahoo. Por outro lado se o Yahoo conseguir um parceiro estratégico rapidamente, pode evitar mais chatices e evitar perdas maiores.

Ver ainda:

Sobre a guerra Microsoft Yahoo

A proposta de compra do Yahoo por parte da Microsoft parece que pode rebentar numa guerra. Pelo menos se atendermos à rejeição por parte do Yahoo da OPA. Mas poderá mesmo assim o Yahoo entrar nesta guerra? Qual o verdadeiro objectivo da Microsoft?

Começando pelo Yahoo: Está com uma posição fragilizada, porque desde há cerca de um ano onde a cotação andava em torno dos 30$ que tem vindo a cair lentamente atingindo alguns dias antes da OPA o valor mínimo de 21$. Um valor óptimo para agradar à Microsoft. Para além disso a empresa não tem conseguido inverter a descida nos resultados e aproximar-se do Google em termos do mercado de pesquisa. Mercado este que só é útil porque permite vender publicidade e na publicidade normalmente quem tem a maior fatia leva tudo… (ou quase). Para além disso pretendia ainda despedir cerca de 1000 funcionários.

Assim, o Yahoo estava a jeito para que alguém o tentasse comprar. A Microsoft olhou para o valor das acções do Yahoo e atirou-se no dia 1 de Fevereiro (é também curioso como as acções do Yahoo subiram em flecha nos dias anteriores a se saber da proposta da Microsoft? Hm? Inside Trading? Será que alguém desatou a comprar Yahoo na administração da Microsoft?). Curiosamente a Microsoft e Yahoo juntas continuam a ser mais pequenas que o Google no mercado dos motores de busca e publicidade online, o que torna cria algumas dúvidas quanto à compra. Mas isto tudo passa por uma estratégia de expansão da Microsoft para outras áreas de mercado atacando aquele que tem sido até agora o monopólio do Google (75%).

O Google foi aliás o primeiro a reagir a uma possível compra através do seu blog oficial procurando fazer a vida negra à Microsoft (aliás da mesma forma como a Microsoft fez ao Google quando este comprou a Doubleclick).

Entretanto começaram os rumores que a direcção do Yahoo iria rejeitar a oferta de aquisição por parte da Microsoft e surgiram rapidamente as “alternativas”. Estas “alternativas” não são mais do que a jogatana negocial comum neste tipo de situações.

Fala-se na possibilidade da Yahoo comprar a AOL para desmotivar a compra da Microsoft, fala-se que a Apple poderia comprar o Yahoo, fala-se de uma aliança entre Yahoo e Google… … ok, fala-se tudo porque no final a direcção do Yahoo acabou por rejeitar a venda, mas não fechou completamente as portas a um “aumento” de preço…

A Microsoft não perdeu tempo a dar o passo seguinte e já anunciou que talvez a decisão da direcção do Yahoo não seja a mesma que a dos accionistas. Quer isto dizer que vai à guerra e se conseguir convencer alguns grandes accionistas a vender, estes irão fazer muita pressão dentro do Yahoo.

A lógica do Yahoo de rejeitar à espera de mais dinheiro é tentadora, mas a verdade é que havia muitos accionistas prontos para vender (a Microsoft ofereceu 65% mais que o valor da véspera) e quando a direcção rejeitou a oferta, as acções caíram novamente. Numa situação destas, normalmente a empresa mais pequena tem poucas hipóteses para fugir. Atendendo a que o negócio não está a correr bem e nos próximos tempos vai tomar decisões baseadas na ideia de aumentar o valor da OPA em vez de decisões para melhor o seu negócio, a pressão para o lado do Yahoo são enormes.

Seja qual for o desfecho desta guerra, há para já um vencedor claro. O Google, que vê a sua posição reconhecida e ainda por cima com um papel activo, fazendo lobby para proteger o seu monopólio. Por outro lado a Apple que se decidir estragar o negócio à Microsoft vai ter na direcção do Yahoo uma direcção muito amiga de Cupertino. Se o negócio se concretizar o Google mesmo assim ainda tem uma folga da talvez um ano até que a combinação Microsoft-Yahoo comece a fazer efeito, porque estas compras levam sempre algum tempo a acontecer e embora o Google já não tenha a capacidade de mudar como antigamente, ainda consegue ser mais rápido de rins que a Microsoft.

Há também um perdedor. O Yahoo. Porque não sairá desta guerra da mesma forma como entrou. Depois de ser uma das poucas empresas Web 1.0 a ter sobrevivido ao Crash das dot.com o Yahoo vai precisar de muita imaginação para sobreviver novamente, porque mesmo que não casando com a Microsoft, muito provavelmente terá que forjar outro tipo de alianças que no futuro o deixarão fragilizado.