Yahoo acaba com DRM! Clientes queixam-se?

Há boas notícias às quais imprensa gosta de dar a volta para servir interesses que não percebo. Quando a Microsoft decidiu acabar com os servidores de autorização das músicas com DRM, todos se revoltaram, o que levou a Microsoft a voltar atrás. Agora é a vez do Yahoo! anunciar que vai desligar os servidores que autorizam as músicas com DRM a tocar num determinado computador e novamente as queixas parecem estar a subir de tom.

Estamos a assistir ao fim do DRM e os patos que compraram música com DRM queixam-se que podem ficar sem poder ouvir as suas músicas no futuro. Para já o Yahoo garante que mesmo após o desligar dos servidores de autorização as pessoas podem continuar a ouvir as músicas no computador onde as tiverem (até que mexem a fundo no OS). Mas esperem, as pessoas compraram as músicas, e se tiverem que formatar o computador?

O irónico é que o Yahoo sugere que as pessoas gravem CDs de música (que não contém DRM) para preservar dessa forma as músicas que comprararam. Então agora já não há problema em dar a volta ao DRM?

O extraordinário é que os clientes que compraram música com DRM agora parecem fazer muito burburinho, queixando-se que não vão poder ouvir a sua (deles? dream on) música. Preocupações essas que estão estranhamente a ter eco na imprensa. A verdade é que quando essas músicas foram compradas não ouvimos esses mesmos clientes a queixar-se do DRM.

Parece-me que por detrás destas notícas há mais que simples clientes descontentes. Há a indústria do cinema a tentar fazer passar a ideia que ao DRM não é assim tão mau porque ainda depende dele a 100% para controlar a distribuição, zonas e afins e a ideia de que o DRM morreu efectivamente é má para o seu negócio. O que aconteceria se os tais clientes que agora se queixam do fim dos servidores de autorização do Yahoo, começassem antes a reclamar do DRM dos filmes Blu-Ray e se recusassem a comprar músicas ou filmes com DRM? Ou então que passassem a procurar música em locais alternativos, ou mesmo procurar no google mp3?

O DRM é mau, errado e cerceador das nossas liberdades. A notícia do fim dos servidores de DRM do Yahoo devia ser louvada como positiva, não como um cataclismo como alguns pretendem fazer passar.

Música sem DRM com email escondido!

“Oh! Steve, Steve… não havia necessidade,…” diria um uma personagem da TV portuguesa há alguns anos.

O acordo tão louvado entre a Apple e a EMI há algum tempo, de repente parece estar a transformar-se num desastre de relações públicas. A descoberta de que os ficheiros Fairplay-Free afinal não são tão livres assim, incluindo nos dados do ficheiro informação sobre quem comprou o ficheiro, incluindo o email. Ora mais uma vez não havia necessidade de tamanho disparate.

Com isto o iTunes Plus não passa de um engano. As pessoas vão-se sentir violadas nas sua privacidade e penso que pode ser um show-stopper para muitos que pensavam em utilizar o novo sistema de compras.

Eu sei que uma amiga minha gosta muito de uma dada música. Decido fazer-lhe uma surpresa, compro a música no iTunes e envio-lha por email. Ela pega nela e mete-a num P2P! O que me acontece?

1) A EMI pode vir atrás de mim para me processar.

2) O meu email é adicionado a uma base de dados por alguém do P2P e enchem-mo de Spam, para além de ficarem com alguns dados da minha conta no iTunes.

Ou seja, a inclusão de algum tipo de identificação do cliente no ficheiro áudio é mau, muito mau mesmo. É como se fossemos comprar um maço de tabaco e a tipa da tabacaria nos dissesse que tinha que meter o nosso número de contribuinte em cada uma das beatas!

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Um mundo livre de DRM

Depois da conferência de imprensa onde a EMI anunciou o fim do DRM na sua música surgem na minha mente alguns pensamentos:

  • 256 Kbs – Uau! os 128 Kbs realmente era pouco para música que se queria comprar!
  • Como é que fica o Zune no meio disto? Pode o Zune colocar DRM automaticamente em música que é vendida sem DRM? Não viola dessa forma a licença sob a qual a música é vendida?
  • Mais uma vez a apple abre o caminho, fazendo com despoletar uma revolução na música
  • Vai ser interessante analisar as vendas de música online nos próximos tempos. Será que as pessoas vão realmente deixar de comprar a música com DRM?
  • As outras companhias de música vão seguir de imediato a EMI ou vão esperar pelos resultados? Como é que isto se vai reflectir nas vendas destas companhias?
  • A venda de música online sem DRM irá matar ainda mais o CD?
  • Como é que vai a industria do cinema reagir? Nomeadamente a guerra dos formatos HD-DVD e Blu-Ray? Será que o formato que primeiro defender o DRM-Free ganha?

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Ladrão que rouba ladrão…

Parece que a microsoft se lembrou agora de acusar o Google de violação de direitos de autor (vulgo copyright) através do seu serviço de pesquisa de livros online. Curioso que este ataque venha da Microsoft que não é mais do que a empresa que viola o mesmo copyright quando aplica DRM no Zune a ficheiros MP3 que são distribuídos com licenças que explicitamente proíbem a aplicação de DRM. (Embora já haja formas de lhe dar a volta, piratas eu sei…)

Mas isto é uma táctica conhecida, se não podes fazer melhor que eles, acusa-os de serem maus, piratas e como aconteceu em tempos com o linux… comunistas. Mas a Microsoft é que sabe.