Micro (e não nano) F1 feito por uma impressora 3D

As impressoras 3D estão cada vez mais avançadas e esta é capaz de produzir objectos mínimos (micro do grego mikrós, na ordem dos 10-6m e não nano que é 10-9m, como a peça original é intitulada).

Agora giro era construir uma série de peças Lego a esta escala e depois arranjar um sistema de as manusear, talvez através de algum processo de auto-organização.

As células vegetais e animais têm tamanhos tipicamente na gama dos 1-100 micrometros (lá está, micro outra vez!) pelo que o output desta impressora poderá ser útil para fabricação de artefactos que interajam ao nível celular (extra-celular), ou então poderiam servir para em colónias de bactérias fazer libertação de substâncias de forma localizada ou… bem… começo a falar do que não sei e certamente muitos cientistas estarão atentos às possibilidades que esta micro fabricação permitirá.

via New Scientist

METRO: Um pouco de análise de redes, por favor…

SAMPAYO_RODRIGUES_2009.pdf (page 6 of 10)

Ao ler a notícia sobre a expansão do metropolitano até à Reboleira e Aeroporto em 2011, não posso ficar admirado com duas situações lá relatadas:

Aparentemente o metropolitano estava à espera de mais utilizadores da estação do Terreiro do Paço (4 milhões contra 1 milhão verificados) e também ficou surpreendido com a linha vermelha que passou a ter um tráfego muito superior depois da ligação às estações do Saldanha e S. Sebastião.

Se soubessem um pouco de análise de redes, tinham chegado a essa mesma conclusão antes até de fazer o projecto. E se em relação ao Terreiro do Paço o falhanço possa ser ainda explicado pelas continuadas obras que persitem na superfície e que como tal não atraem turistas, no caso da linha vermelha, uma análise de closeness e de betweenness à rede mostra que a centralidade do metropolitano de Lisboa se deslocou do Marquês(Rotunda) para o eixo Saldanha – Alameda.

Se associarmos a isso o facto do metro ser agente de mudanças ao nível do espaço público talvez se perceba o porquê das casas na Almirante Reis terem subido de preço enquanto o resto da cidade está em crise.

Cartão Sete Colinas Ilegal ou Não?

Normalmente não ando muito de transportes públicos (prefiro andar a pé) mas de todos o que mais utilizo é o metro. Há uns tempos os bilhetes de metro simples foram substituídos por um cartão recarregável que evita o gasto de papel. Ora aqui está uma boa ideia, pensei eu. Uma coisa inteligente.

Ontem, contudo a opinião que tinha desta medida mudou. Porquê? Porque os tipos do metropolitano de Lisboa decidiram passar a cobrar pelo cartão recarregável. Ao ir apanhar o metro cheguei à máquina e pedi um bilhete simples de 1 zona. O preço que apareceu 1,25€ Como? Pagar o cartão? Lembrei-me que tinha um cartão desses de uns dias antes (que foi de graça) e pensei… “Deixa lá ver como é que isto funciona, e já agora vamos lá carregar isto com 10 viagens”… Ora segui as instruções do ecrã e no momento em que escolhi carregar 10 viagens… NADA. Dois clicks e um clack vindos da ranhura onde o cartão estava inserido e o ecrã voltava ao ecrã inicial sem sequer se dar uma INFORMAÇÃO ÚTIL sobre o erro ocorrido.

Por esta altura estava já a pensar se me iam obrigar a comprar um bilhete de metro por 1,25€…

Voltei a tentar mais uma ou duas vezes… Sempre o mesmo resultado. IMPOSSÍVEL carregar o cartão com 10 viagens. Lá optei por tentar carregar apenas com 1 viagem… Click Clack… e a máquina dignou-se pedir-me o dinheiro do bilhete… 0,75€. Finalmente. Mas em todo o caso de cada vez que andar de metro vou ter que carregar 1 bilhete de cada vez… MUITO OBRIGADO, senhores do METRO.

Depois na emocionante viagem que fiz de metro pus-me a pensar ainda outra coisa: Pode o Metro cobrar pelo cartão? É que se a EDP deixou de poder cobrar pelo aluguer do contador, porque é que este cartão é diferente? No fundo o cartão é apenas o CONTADOR de viagens! É algo que faz parte da infra-estrutura e que por si não fornece um serviço ao cliente. O cartão em si mesmo não presta um serviço, não tem utilidade nenhuma porque o cartão em si não é um bilhete.

Parece-me pois que o custo deste cartão deveria ser suportado PELO METRO e não pelo cliente. Qualquer dia para andar de metro temos que comprar para além do título de transporte uma carruagem, alugar motoristas, e trazer uma pá para cavar o túnel.

O site do METRO tenta passar a ideia de que o preço do cartão não é problema porque é rapidamente recuperado pelo utilizador do mesmo. Ora a questão aqui não são os 50 cêntimos, mas sim o princípio. O princípio de obrigar o cliente a pagar algo extra para além do título de viagem, algo que até agora não existia parece-me que poderá ser semelhante ao que se passa com o caso dos contadores e parece-me profundamente errado, sejam 50 cêntimos ou 5000€.

Para além disso imagine-se alguém que vá utilizar 1 única vez o metro. Em termos efectivos esta pessoa tem um aumento do custo da viagem de 66% e desculparem-se que este valor será menor se a pessoa utilizar o metro muitas vezes… UM GAJO PODE NÃO QUERER UTILIZAR O METRO NOVAMENTE, SÓ QUERER 1 VIAGEM, SEI LÁ, PORQUE TALVEZ VIVA NOUTRO PAÍS E PENSE NÃO VOLTAR A LISBOA?

Senhores do Metro, vão fazer alguma coisa? Claro que não, porque são um belo de um MONOPÓLIO e tem que pagar o custo das inundações no Terreiro do Paço. Por isso inventaram uma bela forma de aumentar os preços dos bilhetes e angariar mais uns trocos. Para além de que o sistema não funciona nas máquinas de venda automática para carregar 10 viagens (Ou se calhar não houve dinheiro para verificar o novo software) e nem se digna a dar informações.

E já agora: Quem foi a besta que fez o design deste cartão que se esqueceu de mostrar como inserir correctamente o mesmo na máquina? É que design não é “embelezar” o produto, mas pronto.